Depois de uma noite de trovoada (parece que por aqui é habitual), acordámos para o nosso primeiro dia de trabalho. Não sem antes conhecermos o buffet de pequeno-almoço do Hotel Àgora, onde estamos instalados. Para um quatro estrelas italiano (em alguns casos semelhante ao três estrelas português), estamos bastante bem instalados e a oferta para a primeira refeição do dia não nos decepcionou. Pois é, parece que vamos sair daqui com uns quilinhos a mais… troppo male!
Hoje conhecemos Piacenza, a fábrica de caxemira onde vamos trabalhar. Fizemos uma visita guiada às instalações e foi bastante interessante perceber os meandros de um dos tecidos mais caros do mundo. Primeiro de tudo, a caxemira de melhor qualidade vem das cabras da China e da Mongólia e passa por vários processos até fazer aquelas camisolas fofinhas (e sem borboto!) que, por vezes, temos a sorte de experimentar.
Uma das coisas engraçadas é que eles usam cardos verdadeiros, em fila, para retirar o borboto da matéria-prima, conciliando a modernidade com o método tradicional. Há até um pobre coitado que separa os cardos consoante os tamanhos, para que não haja diferenças nos tecidos.
Visitámos ainda a loja e a minha esperança de levar prendinhas em caxemira esbarrou na primeira etiqueta. As camisolas, com alguma mistura de lã, custam, em média, 200 euros… mas quando falamos de caxemira pura, bem, uma écharpe custa a módica quantia de 1.054 euros. Boa sugestão para o Natal, não? Acho que foi uma boa preparação para as montras e preços de Milão. (suspiro)
Mas nem tudo está fora do nosso alcance. Os preços da comida continuam a parecer-nos bastante razoáveis. Ontem, num bom restaurante, comemos os dois por 23 euros e hoje ao almoço cada um pagou 12, sendo que tivemos um almoço tradicionalmente italiano, que, obviamente, terminou com um prato de massa. Segundo nos foi dito, muitas vezes, a massa é o «primeiro prato» e funciona como entrada, sendo que o prato principal é comida mediterrânica, muito parecida à portuguesa... carne, batatas fritas, salada. Aqui, em Biella, o arroz também é visto como «entrada», uma vez que, como já vos disse, a agricultura é muito focada no cultivo do arroz. Antes do prato principal, se quisermos, é servido um prato de arroz… puro e simples (ou não). Estranho, não?
1 comentário:
buongiorno luna lol!
Fico muito feliz por poder ler estes relatos em tempo real ;) continua assim :P
Baci*
Enviar um comentário